Impostos à banca dividem os ministros da União Europeia

Europa continua a falar a várias vozes. No dia em que falhou o acordo para as taxas sobre operações financeiras, Durão Barroso fala noutras hipóteses.

No princípio tudo de acordo, no detalhe ninguém se entende. Depois das promessas e expectativas, os ministros das finanças mostraram-se ontem profundamente divididos sobre as várias opções na mesa para elevar a tributação da banca ou das transacções financeiras, seja para reduzir a volatilidade ou para criar almofadas financeiras nacionais em tempos de crise. Bruxelas promete avançar à mesma para propostas nos próximos meses, porque a ideia de criar um imposto para a banca e explorar a criação de uma taxa sobre as transacções financeiras até tinha sido pedida pelos líderes, mas os ministros parecem estar a recuar.

Jean Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, o Reino Unido, a Suécia e a Dinamarca, mostraram-se muito críticos à ideia de uma taxa sobre operações financeiras, invocando a desastrosa experiência sueca no fim dos anos 80 que conduziu a uma fuga de capitais, bem como o risco de abrandamento da retoma. Paris e Berlim defenderam a ideia com afinco, mas há pouco entusiasmo. O ministro alemão confessou que "não é seguro que estas propostas vejam a luz do dia" e a sua homóloga Chistine Lagarde disse que estas taxas eram "tecnicamente viáveis, difíceis de meter em prática, politicamente desejáveis e financeiramente imprevisíveis".

No que toca a tributar a banca nem o par que conduz o motor europeu se mantém aliado. Lagarde quer usar o imposto à banca para o seu orçamento do estado, enquanto Schauble segue a linha da Comissão de criar um fundo nacional de reserva para "evitar que crise bancárias se tornem numa catástrofe", como disse o comissário do mercado interno, o francês Michel Barnier. Paris está empenhada em avançar querendo fazer destes temas cavalos de batalha para a sua presidência do G20 em 2011. O ministro das finanças britânico, George Osborne, afirmou que estas taxas "já foram discutidas por muitas décadas [invocando a proposta do Nobel James Tobin] e suspeito que o vão ser por muitas mais" por isso, para que os esforços da UE sejam "mais frutuosos", nos concentremos "em questões mais urgentes da economia mundial".

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FONTE: ECONÓMICO
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